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11 novembro 2010

As Cassadas da Censura versus As Caçadas de Pedrinho


Na semana passada muitos se surpreenderam com a recomendação do Ministério da Educação para que o livro As Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, não fosse distribuído pelo governo nas escolas públicas, o que causou polêmica nos meios literários e educacional.
Qual o problema com ele?
Eles alegam há estereótipos raciais, uma passagem do referido livro diz: “Sim, era o único jeito — e Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão pelo mastro de São Pedro acima, com tal agilidade que parecia nunca ter feito outra coisa na vida senão trepar em mastros”.
Censura? Falta de contextualização? Não entendo essa politicagem tosca, proibir "Caçadas de Pedrinho" por conter indícios de racismo. Ora, francamente... O livro foi escrito em 1933, não é mais um motivo para lê-lo, para saber como era a situação dos negros na época? Por que os professores não podem utilizar esta obra para realizar discussões sobre o que é raça, se existem raças, como se gera o preconceito e a discriminação e quais os caminhos para a igualdade de raça, por exemplo? Ou seja, ao invés de proibir ou censurar, por que não ler e debater?
Se proibirem esse livro, o que mais proibirão? Quais livros de autores consagrados brasileiros serão cassados também? José de Alencar? Machado de Assis? Graciliano Ramos? Nelson Rodrigues? Nesses há numerosos trechos politicamente incorretos.
Caçadas de Pedrinho não pode, mas músicas de baixo calão que menosprezam a mulher e falam de violência e rivalidade entre gangues não podem ser censuradas, pois faz parte da“cultura popular”. Cenas de sexo em novelas são permitidas. Que contradição, heim?!




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